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Lê mais sobre Desigualdades económicas e Justiça Social

Site: Isotis
Course: Social justice and human rights
Book: Lê mais sobre Desigualdades económicas e Justiça Social
Printed by: Guest user
Date: Friday, 15 November 2024, 1:43 PM

1. Educação para os direitos humanos

O Conselho da Europa (2010) reconhece que o ideal europeu de cidadania seria baseado em valores de democracia, direitos humanos e justiça social. Através da educação formal e não-formal, são necessárias experiências educativas significativas para que as crianças se tornem cidadãos ativos, informados e responsáveis pelas suas comunidades (Council of Europe, 2010). As escolas, as famílias e as comunidades podem ter um papel fundamental na promoção do conhecimento, competências, atitudes e valores em educação democrática. 

Desta forma, cada cidadão tem o direito a ser: educado sobre democracia (para compreender com profundidade o que é que a democracia é e o que requer de cada cidadão); educado para a democracia (para aprender como participar e como exercer os seus direitos democráticos); e educado em democracia (em ambientes educativos democráticos) (Gollob, Krapf, Ólafsdóttir, & Weidinger, 2010).

A educação para a democracia encontra-se estreitamente relacionada com a educação para os direitos humanos, uma vez que os direitos humanos podem ser considerados a base de uma sociedade democrática. A educação para os direitos humanos permite às crianças conhecerem e defenderem os direitos democráticos (os seus e os dos demais), respeitarem e apreciarem as diferenças entre indivíduos e a singularidade de cada um e atuarem de modo a defenderem e promoverem a equidade e os direitos humanos à escala global (Gollob, Krapf, Ólafsdóttir, & Weidinger, 2010). Embora pensar e agir acerca dos direitos humanos e da democracia seja um processo de educação contínua, ao longo da vida, as crianças estão conscientes acerca de questões de justiça social desde idade precoce.

2. Justiça social

A justiça e particularmente a justiça social são conceitos que sustentam a educação para a democracia e os direitos humanos. A justiça social tem estado cada vez mais relacionada com as dinâmicas globais e outros conceitos (globalmente) relevantes, nomeadamente a educação para os direitos humanos (e.g., Agartan, 2014; Banai, Ronzoni, Schemmel, 2011a; Department Of Economic And Social Affairs. Division for Social Policy and Development, 2006). Mais ainda, este conceito tem sido cada vez mais utilizado em diversos contextos educacionais e através de diversos atores (Darling-Hammond, French, & Garcia-Lopez, 2002).

De modo geral, a justiça social refere-se à distribuição justa de riqueza, oportunidades e privilégios entre sociedades. Mais especificamente, a justiça social pode ser definida como “princípios que definem limites rigorosos para as desigualdades socioeconómicas admissíveis, mesmo que não requeiram de forma rigorosa igualdade” (Banai, Ronzoni, Schemmel, 2011b, p. 59). Nos contextos do dia-a-dia, existem oportunidades para explorar, experienciar e aprender mais acerca da justiça social e de como todos somos responsáveis por construir um mundo com uma distribuição justa e equitativa de recursos, oportunidades e privilégios. 

3. Educação para a justiça social

Hackman (2005) define que “a educação para a justiça social não examina meramente a diferença ou a diversidade, mas considera com atenção e cuidado os sistemas de poder e privilégio que contribuem para despertar a desigualdade social e encoraja os alunos a examinarem criticamente a opressão a um nível institucional, cultural e individual, na procura de oportunidade para a ação social ao serviço da mudança social” (p.104). 

O autor sugere cinco componentes essenciais da educação para a justiça social:

1. Mestria de conteúdos

Primeiro, para participarem numa mudança social positiva e proativa, os alunos têm de ter acesso a níveis alargados e aprofundados de informação acerca de questões atuais da sociedade (a um nível local, nacional e global), e a uma contextualização histórica dos eventos.

2. Ferramentas para a análise crítica

É necessário, também, que aprendam a examinar criticamente conteúdos e a dialogar de forma efetiva acerca desses conteúdos com outros. 

3. Ferramentas para a mudança social

Para existir um conhecimento aprofundado e um percurso para a ação, é necessária uma consideração cuidadosa e crítica acerca das questões de opressão, poder e privilégio.

3. Ferramentas para a reflexão pessoal

Uma reflexão contínua e crítica acerca do próprio possibilita a criação de um ambiente efetivo de educação para a justiça social. Desta forma, a educação para a justiça social encoraja as crianças a agir, participar, expressar e defender os direitos humanos como parte integrante do exercício diário de cidadania. 

4. Consciência das dinâmicas grupais multiculturais.

Mais ainda, uma efetiva educação para a justiça social reconhece as dinâmicas grupais e explica-as através da construção de identidades sociais e perspetivas multiculturais (Hackman, 2005). 

De um modo geral, a educação para a justiça social permite às crianças aprenderem:

  • Como estamos interconectados;
  • Como desafiar dualismos;
  • Como valorizar as diferenças;
  • Como pensar criticamente acerca do mundo e das comunidades em que vivemos;
  • Como cada um pode contribuir na criação de um mundo com mais justiça, equidade, dignidade e direitos humanos para todos!

4. Recursos

recursos em inglês:
RECURSOS EM PORTUGUÊS: